quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Inez Viana - Narcisa

Inez Viana - Narcisa


Como é seu personagem no filme?

“A minha personagem é a Narcisa. Ela é a enfermeira-chefe do Nosso Lar. Ela já está há
mais de 10 mil horas trabalhando e ela gosta disso, gosta de ajudar os outros, ela se
sente alimentada ajudando o outro. Você tem que se doar, essa é a missão da Narcisa pro filme. Mostrar que quanto mais
você se doa, mais você recebe. Ela tem esse lema na vida dela. Narcisa já poderia ter
reencarnado, mas ela continua ajudando as pessoas.
Quando o André Luiz chega, ele tem uma resistência ao trabalho, porque ele é um
médico e ainda não compreende como funciona o Nosso Lar, não sabe porque ele não
pode tratar as pessoas como ele tratava na Terra. No Nosso Lar é diferente, porque
você tem que se doar, dar para receber.
É basicamente essa a história dela, ela tem esse papel fundamental de mostrar para
ele como funcionam as coisas, de exigir dele que entenda que o funcionamento no
Nosso Lar é diferente do da terra, que os valores são outros. E ele acaba entendendo.”

Como foi trabalhar com a equipe?

“Eu acho as escolhas do Wagner de Assis perfeitas. Quando ele anunciou os nomes eu
achei as escolhas boas, mas eu não tinha a noção real até quando cheguei ao set e vi
os personagens nos atores. Por exemplo, o Renato Prieto é o próprio André Luiz! Não
teria outro ator para fazê-lo. Eu acho que ele imprime, até pelo compromisso que tem
pelo tema, a versão exata do que seria o André Luiz. Fisicamente então é
impressionante, ele ficou muito parecido, se transformou.
O Rodrigo dos Santos, Fernando Alves Pinto, Othon Bastos, Werner Schünemann, Ana
Rosa... Foi muito importante para mim a oportunidade de contracenar com todos
esses atores, porque você sempre ganha alguma coisa com a troca, olhando no olho da
pessoa é que você tira a resposta para o seu personagem.
É uma equipe que eu não tenho nem o que dizer de tantas qualidades, é uma honra
para mim fazer parte dela. E esse comentário é geral, de todos os atores e o resto da
equipe.
Para mim foi uma experiência muito gratificante, eu estou muito feliz com a realização
desse filme e acho que o público vai adorar, mesmo que algumas pessoas não sigam
essa religião (espírita), porque é uma história incrível. Eu acho que o que menos
importa nesse sentido é a religião que você segue. A história é muito comovente.”

Qual é a sua visão acerca do aspecto religioso do Nosso Lar?

“Quando eu fui convidada para fazer Nosso Lar, eu fiquei muito pensativa quanto ao
tema. Não é a minha religião, e todos nós temos muitos preconceitos. A religiosidade é
uma questão muito forte no Brasil e eu fiquei um pouco reticente, como por exemplo
com a possibilidade de ficar estigmatizada por fazer um filme espírita. No entanto,
comparando com “2 Filhos de Francisco”, você não precisa gostar da música do Zezé
de Camargo & Luciano para se emocionar com o filme, como foi o meu caso, eles não
são os meus cantores preferidos, mas eu me envolvi com a história.
Você pode não acreditar em vida após a morte, mas não é só disso que o filme trata,
ele trata de uma questão maior que é como você olha para o próximo, como você
pode, a partir de agora, ter um olhar mais generoso com o outro em meio a estes
tempos conturbados. Para mim, foi um trabalho muito gratificante e é quase como se
tivesse quebrado vários tabus. Eu fui surpreendida, e acho que isso vai acontecer com
as pessoas também. Para mim, o Nosso Lar é um marco para o cinema por esse envolvimento e por essa
seriedade com que o tema está sendo tratado. O filme toca mesmo quem não é
espírita, eu não sou espírita, e eu fiquei completamente tomada pela história desse
homem e pelo que significou Chico Xavier, independente de qualquer religião, ele foi
uma pessoa iluminada.”

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